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Ciência brasileira de olho nos mosquitos

Agência BORI
é um serviço único que conecta a ciência a jornalistas de todo o País. Na BORI, profissionais de comunicação cadastrados encontram pesquisas científicas inéditas e explicadas, além de materiais de apoio à cobertura jornalística e contatos de cientistas de todas as partes do Brasil preparados por nós para atender à imprensa. Acesse: abori.com.br
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As mudanças do clima têm o potencial de afetar diversos aspectos da vida no planeta, incluindo a vegetal e a animal, com reflexos na saúde humana. Frente ao aumento da temperatura média global, as populações de mosquitos vetores tendem a crescer e se expandirem — e, como consequência, também aumenta a incidência de doenças transmitidas por eles, como a dengue, a febre da zika e a leishmaniose. Em artigos inéditos publicados na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, pesquisadores brasileiros deram passos importantes para o rastreio de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti em ambientes urbanos e para o diagnóstico mais efetivo da leishmaniose visceral, transmitida pelo mosquito-palha (Lutzomia spp).

Pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) encontraram indícios de vírus da zika e da chicungunha em ovos de Aedes aegypti coletados em Goiânia. Mosquitos que nasceram desses ovos já estavam infectados antes mesmo de picar humanos, o que indica que houve transmissão vertical entre fêmea e larvas. A transmissão vertical, que acontece quando os vírus passam do mosquito fêmea para os ovos, pode fazer com que a doença seja transmitida para humanos de forma mais rápida. “Em vez de ser apenas hospedeiro, o mosquito carrega o vírus desde o nascimento”, explica o pesquisador da UFG e autor do estudo, Diego Michel. O último relato de transmissão vertical foi detectado em 2017, em outras regiões da cidade.

Os pesquisadores criaram mosquitos em laboratório a partir de ovos coletados com armadilhas espalhadas em Goiânia pela vigilância sanitária. Um total de 1,57 mil fêmeas foram desenvolvidas de forma controlada em 157 reservatórios. Foram realizados testes, como o PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), para identificar a presença dos vírus da dengue, da chicungunha e da zika. Dois reservatórios, ou seja, 20 mosquitos testaram positivo para o vírus do segundo e um para o vírus do terceiro.

Ainda que a detecção dos vírus seja baixa, essa quantidade de mosquitos pode contribuir para a persistência desses agentes em ambientes urbanos. Por isso, para Michel, o resultado do estudo serve de alerta para as autoridades de saúde pública de Goiânia. O trabalho foi mapeado pela tecnologia da BORI, selecionado e disseminado de maneira antecipada à imprensa. Saiu imediatamente em mais de 60 veículos de todo o País — incluindo vários do Grupo Globo: Globonews, Jornal Nacional, G1 local, afiliada local da Globo e no programa Saúde em Foco da CBN, além de veículos como Folha de S.Paulo e Agência Brasil.

Diagnóstico precoce da leishmaniose visceral

Em outra pesquisa recente, cientistas brasileiros jogaram luz em uma doença tropical que ainda afeta de maneira importante o País: a leishmaniose visceral. A doença atinge os órgãos internos, geralmente baço, fígado e medula óssea. O alerta foi de que a identificação precoce, a idade e os níveis de hemoglobina podem definir a possibilidade de sobrevivência de uma criança infectada. O estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), em Minas Gerais. Eles verificaram, ainda, que a probabilidade de sobrevivência de pacientes com a doença caiu 22% um ano após o início dos sintomas sem receber diagnóstico, além do fato de que crianças mais novas tinham menos chance de sobreviver.

ESTE ARTIGO FAZ PARTE DA EDIÇÃO #480 IMPRESSA DA REVISTA PB. PARA CONTINUAR LENDO, ACESSE A VERSÃO DIGITAL, DISPONÍVEL NAS PLATAFORMAS BANCAH E REVISTARIAS.

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