O Conselho de Economia Empresarial e Política (CEEP) funciona como um laboratório, cujos materiais de trabalho são as conjunturas nacional e internacional. Durante a pandemia de covid-19 se mantém atento à ruptura que tomou conta da economia mundial e seus reflexos no Brasil. Seu objetivo é colocar à disposição dos empresários do comércio análises e diretivas atualizadas. E, com o espírito de verdadeira colaboração público-privada, fornece ao governo sugestões e propostas de criação de normas ou correção e aperfeiçoamento de rumos propostos.
A pandemia tornou-se ao mesmo tempo um fator de perda de confiança no presente e um grande acelerador do futuro, obrigando o governo, as empresas e as pessoas a se ajustarem ao mundo digital. O mercado de trabalho, os modelos de negócios, a atenção dos consumidores, tudo se deslocou para ofertas e soluções criadas ou impulsionadas pela tecnologia.
O que não significa que o CEEP tenha abandonado a busca de soluções tradicionais e conhecidas que fizeram do comércio o maior impulsionador do Produto Interno Bruto (PIB) em nosso País. Assim, tudo que for pensado agora deve ter como objetivo diminuir a pressão econômica das forças negativas que pairam na cabeça da população, das empresas, das fábricas e do comércio de bens e serviços. Quando o presente é um cenário que induz a preocupações, é neste momento que o futuro deve começar.
O ano de 2020 marca a queda do PIB, da renda per capita e da confiança para enfrentar as dificuldades tradicionais do País agravadas pelos inesperados desafios, que surgiram diante dos isolamentos social e sanitário. Tudo combinado com o justificável aumento do gasto público, confusão na administração da saúde e, para aumentar a gravidade do momento, falta de agilidade e demora na execução e distribuição do crédito emergencial. O que deveria ser a administração de uma crise inédita e prolongada se tornou uma série de competições nos âmbitos político, acadêmico, teórico com objetivos de curto, médio e longo prazo.
E como um fator de preocupação, diante do ano eleitoral, a ajuda essencial aos mais pobres, muito eficiente no início, não deve se misturar com interesses populistas do Executivo ou populismos legislativos incontroláveis nas câmaras de vereadores, assembleias e Congresso Nacional. Da mesma forma é preciso ter cuidado com o emocionalismo do momento que envolve a discussão sobre a renda básica universal e não contributiva. Há diferentes gradações da desigualdade e da pobreza. E, nessa área, se o foco não for bem calibrado, pode agravar o que pretende corrigir.
Para o CEEP, é preocupante também que alguns setores usem a pandemia para tentar sepultar o debate sobre as Reformas Administrativa e Fiscal/Tributária, cada vez mais necessárias. As dificuldades para agir em nosso País são claras e fortemente motivadas pelos pandemônios gerencial e tributário que dominam o Estado na sua relação com a sociedade e a produção de riqueza.
O CEEP tem alertado para a grande saída de capital em nossa economia, muito maior e mais prolongada desta vez, podendo comprometer investimentos e mesmo o impulso dado pelo novo marco do saneamento. Também tem ficado atento aos movimentos do varejo, no mercado, supermercados e às oscilações na compra de bens duráveis, crédito ao consumidor, etc. A queda da expectativa de crescimento do PIB brasileiro, a maneira como o parlamento responde às demandas que recebe e a ação do governo para ajudar empresários a protegerem os empregos, assim como suas atividades, constituem os principais fatores que orientam nossas análises.
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