Recentemente, fui convidado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) para organizar
e coordenar o Comitê ESG, órgão ligado ao Conselho de Sustentabilidade da Entidade. Tomei como uma oportunidade de propagar critérios e ações sustentáveis, dada a influência e a capilaridade da Federação, bem como o seu alinhamento aos objetivos de desenvolvimento suportável – na abrangência da palavra – de empresas, de todos os portes e setores, já que tais práticas são universais e abertas.
Foi com este pano de fundo – somado aos 21 anos de atuação no desenvolvimento e na implementação de critérios de sustentabilidade no
mercado de capitais, em empresas e associações de classe – que aceitei o convite, mirando a oportunidade para engajar mais um relevante player
no comércio do País para a jornada da sustentabilidade, com a ajuda de colegas da organização e em parceria com membros ativos da Federação.
Não será uma tarefa simples, mas temos o privilégio de contar com experts na composição do núcleo do Comitê ESG. Profissionais com comprovada experiência nas áreas de sustentabilidade, que, atuando em conjunto, facilitarão a jornada, deixando‑a mais eficiente e objetiva na formatação da agenda, no desenvolvimento estratégico e no plano de ação. O trabalho será
complexo e focado, com amplitude, nos três pilares: meio ambiente, social e governança – elementos que formam o acrônimo “ESG”.
A sustentabilidade não é algo novo. Princípios de desenvolvimento sustentável vêm sendo ativamente debatidos no mundo há quase
40 anos. Comprovadamente, o progresso da humanidade passa pela preservação do meio ambiente e pela participação de agentes públicos
e privados, os quais, em parceria, preservarão gerações futuras das consequências do crescimento não sustentável, descoordenado e descontrolado. Exemplos recentes de mudanças climáticas colocam carga adicional ao planeta, com prejuízos de toda sorte para o meio ambiente e a sociedade.
Existem, porém, soluções detectadas para eliminar ou aliviar problemas causados pelos agentes econômicos. Acordos e pactos feitos entre nações e ações assumidas traçam e orientam o caminho. Contudo, o ritmo das “entregas” deveria andar mais rápido: as alterações climáticas e a pandemia soam como um alerta.
A cobrança virá de forma implacável pela sociedade e pelo maior stakeholder: o planeta. O risco de execução é de todos, e não dá mais para
esperar o que foi identificado como causa. Infelizmente, vivemos os efeitos das ações do passado. A boa notícia é que existe saída, desde que
soluções apontadas sejam postas em prática o quanto antes.
Ferramentas disponíveis apoiadas em tecnologia, conectividade e digitalização são aliados valiosos no processo de inclusão social. A
evolução da bancarização digital – um sucesso no Brasil – é prova de que outros serviços, como educação a distância, telemedicina, geração de renda e comércio eletrônico, são realidades factíveis. A tecnologia, quando universalizada, aproxima comunidades carentes de outras realidades econômica e social. Um outro exemplo do last mile leva a geração unifamiliar de energia solar a áreas remotas, oferecendo comércio online,
renda, saúde e educação. Neste sentido, Parcerias Público‑Privadas (PPPs) serão decisivas na criação de uma sociedade mais justa, inclusiva, participativa e diversa.
Reforço que, na agenda do ESG, não existem concorrentes, somos todos parceiros. Os objetivos são equivalentes, mas conquistados mediantes a caminhos diversos.
Os artigos aqui publicados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da PB. A sua publicação tem como objetivo privilegiar a pluralidade de ideias acerca de assuntos relevantes da atualidade.