Para salvar o planeta

09 de fevereiro de 2021

Trazida pela pandemia, uma nova realidade tornou ainda mais urgente a necessidade de abandonar o consumo desenfreado e lidar com suas devidas consequências devastadoras para os recursos naturais

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O capitalismo pressupõe uma economia baseada em consumo. Entretanto, o consumismo está acabando com os recursos do planeta. A deterioração acontece em velocidade maior do que a Terra se recompõe. A saída, então, é buscar a melhor equação entre consumir e preservar. Frente a esta realidade, o consumo responsável se pauta na responsabilidade compartilhada entre cidadãos, empresas e governos.

Para jogar luz ao tema, a revista Problemas Brasileiros entrevistou pessoas que mudaram radicalmente as próprias rotinas de consumo e se tornaram mais sustentáveis, como é o caso do estudante Thomas Toledo‑Brown, que usa a bicicleta como principal meio de transporte, compra roupas usadas, encaminha o lixo para a reciclagem e reflete muito antes de tomar qualquer decisão de compra. A edição completa da PB #462 está disponível nas bancas digitais Bancah, Go Read e Revistarias.

A reportagem conta com os depoimentos do professor Fábio Gallo, coordenador do curso Como Gastar Conscientemente, da Fundação Getulio Vargas (FGV), e do professor Danilo de Oliveira Sampaio, pós‑doutor em Gestão e Marketing pela Universidade do Porto (Portugal). Eles contam como os estudantes formam novas ideias de comprar e vender baseadas na finitude dos recursos do planeta.

Responsabilidade compartilhada é algo fundamental para compreendermos nosso papel na preservação do meio ambiente e no desenvolvimento de hábitos mais saudáveis. Por isso, as empresas e o Poder Público estão aumentando as ações na área de logística reversa, responsável pelo descarte consciente de embalagens e outros resíduos sólidos. Contudo, os consumidores também devem se engajar e diminuir o consumo de embalagens e itens nocivos ao meio ambiente.

Vitor Magnani, coordenador‑executivo do Conselho de Comércio Eletrônico (CCE) da FecomercioSP, faz uma reflexão entre agilidade e sustentabilidade dos meios digitais e exigências burocráticas da legislação nacional, que contribuem para a degradação do meio ambiente. “Embora estejam no ambiente digital, as empresas ainda convivem com uma série de heranças que exigem documentos e obrigações acessórias burocráticas e desnecessárias, como guias de transporte, comprovantes de entrega, boletos, enfim, uma infinidade de papéis que sobrecarregam o ambiente de negócios e elevam o custo Brasil”, pondera.

Em parceria com o canal UM BRASIL, realização da FecomercioSP, a PB #462 entrevista o sociólogo Thiago de Aragão, diretor de estratégia da Arko Advice, falando sobre as consequências, para o Brasil, da eleição de Joe Biden à presidência dos Estados Unidos. “Se a percepção de que o Brasil não é um player responsável em relação ao meio ambiente for endossada pelo presidente norte‑americano, haverá um impacto grande no mercado financeiro, com investidores e empresas evitando serem associados ao País”, aponta.

Complementa o conteúdo da edição um raio x da vice-presidente norte-americana eleita, Kamala Harris, que entra para a história como a primeira mulher negra a assumir o segundo cargo mais importante dos Estados Unidos. Resultado das lutas dos movimentos feminista e racial, Harris tem o desafio de avançar as pautas igualitárias, vencendo os obstáculos conservadores e extremistas deixados por Donald Trump.

A publicação também destaca a silenciosa letalidade do alcoolismo, que mata em torno de 3 milhões de pessoas anualmente no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, levantamento feito em 2020 pelo Datasus, mostra que o consumo de álcool foi responsável direto por aproximadamente 25 mil mortes em 2018, incluindo os casos de cirrose hepática. Para o médico cardiologista José Alexandre da Silveira, secretário da regional no ABC da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), o consumo exacerbado de álcool pode trazer malefícios incalculáveis. “Além dos danos à saúde do coração, o consumo de álcool causa impactos social e familiar”.

Em artigo, Felipe Botelho Correa, professor associado da Faculdade de Artes e Humanidades do King’s College London, debate as novas experiências educacionais que o ensino a distância trouxe para professores e alunos. Segundo ele, “o modelo medievalista de ensino universitário tem triunfado e por certo continuará presente; mesmo assim, é preciso buscar outras soluções”.

Filipe Lopes Paulo Seco
Filipe Lopes Paulo Seco