Um complexo debate sobre os limites do uso da Inteligência Artificial (IA) tem permeado a discussão entre especialistas, empresários e a sociedade em geral, já que o tema passa por questões éticas e de segurança da integridade social.
A regulação da IA, como trata a matéria de capa da edição 476, caminha por dilemas: de que forma garantir mais eficiência da capacidade produtiva sem limitar as possibilidades de inovação? “Regular o uso, não a tecnologia” é o primeiro princípio do decálogo apresentado, recentemente, pelo Comitê de Inteligência Artificial e Cibersegurança da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com o objetivo de responder a esse questionamento, conciliando oportunidades disruptivas com ética, governança e responsabilidade.
A reportagem traz a visão de profissionais sob os diversos prismas que englobam a discussão, bem como fatores essenciais para equilibrar as diretrizes que devem ser traçadas em parceria com as esferas pública e privada.
“No âmbito do Estado, quais dados serão utilizados para treinar modelos de IA no campo da segurança pública? Nós sabemos que alguns deles serão produzidos sobre populações mais vulneráveis, como a análise do comportamento das pessoas no transporte público. Esse tipo de processo, feito com base em um perfil social, torna o modelo tendencioso. É aí que a regulação precisa agir”, diz Ricardo Villas Bôas Cueva, ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que encabeça a proposta de regulação de IA no Congresso.
Prestes a completar 70 anos, em outubro de 2023, a Petrobras é outro destaque desta edição da PB. A maior estatal do País despertou o nacionalismo brasileiro, na década de 1950, com a promessa de prosperidade com a exploração do chamado “ouro negro” e a certeza de segurança econômica, já que o petróleo era a principal fonte de geração de energia.
Em menos de dez anos, desde o início das suas operações em 1954, conseguiu aumentar em dez vezes sua produção: passou de 10 mil barris de petróleo por dia (menos de 10% do consumo brasileiro daquela época) para 100 mil barris diários, em 1962.
Os gargalos na área da Saúde voltam a ocupar espaço na PB. Neste número, o debate gira em torno do programa Mais Médicos, uma vez que a previsão é de que cerca de 15 mil médicos sejam, até o fim deste ano, contratados em todo o território nacional pelo governo federal.
No entanto, embora a iniciativa tenha apresentado bons resultados quando foi criada — com o registro de mais de 60 milhões de pessoas atendidas —, existem lacunas que põem em xeque a eficiência do programa. A primeira delas diz respeito à admissão de profissionais que se formaram em instituições no exterior, sem a revalidação do diploma. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), “a competência não pode ser presumida, mas comprovada”. Os possíveis riscos avaliados por profissionais do setor se somam, também, à necessidade de investimentos, (garantia) de infraestrutura adequada e de instalações hospitalares, como leitos e acesso a medicamentos.
Além disso, o mapeamento geográfico é um fator preocupante. A razão médico por habitante, em muitas regiões, não condiz com a necessidade da população — por exemplo, enquanto no Rio de Janeiro existem 3,7 profissionais por mil habitantes, no Pará, essa razão cai para 1,1.
Em entrevista exclusiva concedida ao Canal UM BRASIL e publicada nas páginas da PB, ambas realizações da FecomercioSP, a diretora da Instituição Fiscal Independente (IFI), Vilma da Conceição Pinto, fala sobre o tortuoso caminho do País rumo ao crescimento sustentável da economia, com base no controle dos gastos públicos frente ao novo arcabouço fiscal.
Ainda a respeito da situação das contas públicas, Antonio Lanzana, copresidente do Conselho de Economia e Política da FecomercioSP, traça perspectivas em vista da Reforma Tributária em debate no Senado. “É pouco provável que o texto aprovado na Câmara melhore as expectativas e impacte positivamente os negócios no curto prazo. Os efeitos serão sentidos em médio e longo prazos, até porque as alíquotas são desconhecidas, o que aumenta, ainda mais, o ambiente de incertezas”, escreve, em artigo exclusivo à PB.
Conteúdos produzidos pelo Instituto Ethos e pela Agência BORI, parceiros da PB, complementam a edição #476.
A Problemas Brasileiros é uma realização da FecomercioSP, com distribuição dirigida a empresas associadas da Entidade, sindicatos filiados, universidades e escolas, Poder Público e organizações do terceiro setor.