PB 476: IA no centro das discussões

01 de agosto de 2023

Um complexo debate sobre os limites do uso da Inteligência Artificial (IA) tem permeado a discussão entre especialistas, empresários e a sociedade em geral, já que o tema passa por questões éticas e de segurança da integridade social.

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A regulação da IA, como trata a matéria de capa da edição 476, caminha por dilemas: de que forma garantir mais eficiência da capacidade produtiva sem limitar as possibilidades de inovação?  “Regular o uso, não a tecnologia” é o primeiro princípio do decálogo apresentado, recentemente, pelo Comitê de Inteligência Artificial e Cibersegurança da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com o objetivo de responder a esse questionamento, conciliando oportunidades disruptivas com ética, governança e responsabilidade.  

A reportagem traz a visão de profissionais sob os diversos prismas que englobam a discussão, bem como fatores essenciais para equilibrar as diretrizes que devem ser traçadas em parceria com as esferas pública e privada.

“No âmbito do Estado, quais dados serão utilizados para treinar modelos de IA no campo da segurança pública? Nós sabemos que alguns deles serão produzidos sobre populações mais vulneráveis, como a análise do comportamento das pessoas no transporte público. Esse tipo de processo, feito com base em um perfil social, torna o modelo tendencioso. É aí que a regulação precisa agir”, diz Ricardo Villas Bôas Cueva, ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que encabeça a proposta de regulação de IA no Congresso.


Novos desafios

Prestes a completar 70 anos, em outubro de 2023, a Petrobras é outro destaque desta edição da PB. A maior estatal do País despertou o nacionalismo brasileiro, na década de 1950, com a promessa de prosperidade com a exploração do chamado “ouro negro” e a certeza de segurança econômica, já que o petróleo era a principal fonte de geração de energia.

Em menos de dez anos, desde o início das suas operações em 1954, conseguiu aumentar em dez vezes sua produção: passou de 10 mil barris de petróleo por dia (menos de 10% do consumo brasileiro daquela época) para 100 mil barris diários, em 1962.

Competência reconhecida?

Os gargalos na área da Saúde voltam a ocupar espaço na PB. Neste número, o debate gira em torno do programa Mais Médicos, uma vez que a previsão é de que cerca de 15 mil médicos sejam, até o fim deste ano, contratados em todo o território nacional pelo governo federal.

No entanto, embora a iniciativa tenha apresentado bons resultados quando foi criada — com o registro de mais de 60 milhões de pessoas atendidas —, existem lacunas que põem em xeque a eficiência do programa. A primeira delas diz respeito à admissão de profissionais que se formaram em instituições no exterior, sem a revalidação do diploma. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), “a competência não pode ser presumida, mas comprovada”. Os possíveis riscos avaliados por profissionais do setor se somam, também, à necessidade de investimentos, (garantia) de infraestrutura adequada e de instalações hospitalares, como leitos e acesso a medicamentos.

Além disso, o mapeamento geográfico é um fator preocupante. A razão médico por habitante, em muitas regiões, não condiz com a necessidade da população — por exemplo, enquanto no Rio de Janeiro existem 3,7 profissionais por mil habitantes, no Pará, essa razão cai para 1,1.

De que forma garantir mais eficiência ao setor produtivo sem romper os limites da ética e das boas práticas de governança? “Regular o uso, não a tecnologia” é o primeiro princípio do decálogo lançado pela FecomercioSP para responder a esse questionamento

Equilíbrio fiscal

Em entrevista exclusiva concedida ao Canal UM BRASIL e publicada nas páginas da PB, ambas realizações da FecomercioSP, a diretora da Instituição Fiscal Independente (IFI), Vilma da Conceição Pinto, fala sobre o tortuoso caminho do País rumo ao crescimento sustentável da economia, com base no controle dos gastos públicos frente ao novo arcabouço fiscal.

Ainda a respeito da situação das contas públicas, Antonio Lanzana, copresidente do Conselho de Economia e Política da FecomercioSP, traça perspectivas em vista da Reforma Tributária em debate no Senado. “É pouco provável que o texto aprovado na Câmara melhore as expectativas e impacte positivamente os negócios no curto prazo. Os efeitos serão sentidos em médio e longo prazos, até porque as alíquotas são desconhecidas, o que aumenta, ainda mais, o ambiente de incertezas”, escreve, em artigo exclusivo à PB.

Conteúdos produzidos pelo Instituto Ethos e pela Agência BORI, parceiros da PB, complementam a edição #476.

Problemas Brasileiros é uma realização da FecomercioSP, com distribuição dirigida a empresas associadas da Entidade, sindicatos filiados, universidades e escolas, Poder Público e organizações do terceiro setor.

A VERSÃO DIGITAL DA PUBLICAÇÃO ESTÁ DISPONÍVEL NAS BANCAS DIGITAIS BANCAH E REVISTARIAS.

Aline Carvalho Paula Seco
Aline Carvalho Paula Seco