Ensaio

Natureza plástica

Guilherme Meirelles Eduardo Srur/Divulgação

O paulistano Eduardo Srur é classificado, pela crítica especializada, como um “artista visual”, até para tentar diferenciá-lo da categoria “artista plástico”, que abrange as mais diversas vertentes. Na verdade, o epíteto que mais se encaixa em sua obra é o de “artista do plástico”, pelo seu talento para manusear materiais nada convencionais e extrair resultados impactantes, como fez na série Natureza Plástica, composta por reproduções de obras de Picasso (1881-1973), Leonardo Da Vinci (1452-1519), Van Gogh (1853-1890), Monet (1840-1926) e Munch (1863-1944), entre outros – somente com sacolas plásticas compactadas em caixas de madeira sobrepostas por vidro. Ele pesquisou as obras selecionadas nas galerias onde estão abrigadas e, no caso da pintora Tarsila do Amaral (1886-1973), pediu autorização à família da artista. Dado o “OK”, foi às ruas em busca da matéria-prima. Percorreu calçadas e rios, cooperativas de reciclagem, supermercados e até mesmo lojas, para os plásticos mais raros. Clique aqui para acessar a exposição virtual.

“Os plásticos mais grossos têm a cor mais chapada, enquanto os plásticos finos permitem diferentes manuseios para obter a textura desejada”

“A missão do artista é romper as fronteiras institucionais do mercado elitizado do circuito artístico e despertar nas pessoas o desejo de criação, para que possam ser inseridas na sociedade

Eduardo Srur, artista visual

“A provocação do projeto é dar status de obra artística a um material para o qual as pessoas não dão valor”

Guilherme Meirelles Eduardo Srur/Divulgação
Guilherme Meirelles Eduardo Srur/Divulgação