Já faz alguns anos que o Brasil reforça, sempre que pode, a sua meta ambiental mais ambiciosa: zerar todas as taxas de desmatamento até 2030. Na prática, isso não significa que, até lá, o País não terá algum tipo de desmate dos próprios biomas — mas que, para cada ação que resulte em florestas derrubadas, haverá dispositivos institucionais para recuperá-las em outros lugares.
De acordo com o secretário-executivo do Observatório do Clima, Márcio Astrini, esse não é um objetivo difícil de alcançar. Ao contrário, é extremamente factível, mesmo considerando a necessidade de exportar bens agrícolas para manter o equilíbrio econômico. “Ao englobar só as áreas abertas abandonadas, ou seja, que já foram desmatadas, haveria terra suficiente para dobrar a produção de comida no Brasil sem avançar nenhum palmo sobre territórios preservados”, afirma, em entrevista à Revista Problemas Brasileiros, realizada na casa do secretário, em São Bernardo do Campo (SP). A conversa faz parte da parceria da PB com o Canal UM BRASIL. “E nós sabemos não apenas onde essas áreas estão, mas o que poderíamos plantar nelas”, prossegue.
Para Astrini, a outra grande meta ambiental brasileira atualmente — a de diminuir as emissões de gases do efeito estufa (GEEs) em 43% até 2030 — não apenas é bem possível, como pouco ambiciosa.
Assista à entrevista em vídeo no Canal UM BRASIL e descubra o porquê.