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“Roberto Carlos: por isso essa voz tamanha”

05 de maio de 2021
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Roberto Carlos é, sem dúvida, um dos maiores nomes da música brasileira. Artista acima de todas as tendências, revelou-se ao grande público como notório expoente da Jovem Guarda, antes de se transformar em epítome da balada romântica. A aura em torno do “Rei Roberto”, enaltecida pela devoção de sua imensidade de fãs, conduz à imagem de um homem rico levando uma vida de sucesso e livre de todas as ansiedades, exceto o romance. Entretanto, não é bem assim. Isso é o que mostra a biografia Roberto Carlos: por isso essa voz tamanha, do repórter e crítico musical Jotabê Medeiros, publicada pela editora Todavia, no momento em que o músico completa 80 anos.

Até então, eram poucas as fontes literárias acessíveis capazes de oferecer uma abordagem tão rica em detalhes inusitados e envolvente na concepção textual como a obra de Jotabê, que anteriormente assinou autoria de livros sobre Belchior e Raul Seixas. Aqui, ele se atém ao fator humano do astro sem deixar de se aprofundar na formação técnica do Rei, desde a infância em Cachoeiro de Itapemirim e os primeiros passos cantando à moda de João Gilberto, até a explosão como infante do rock nacional e os hits que, ao longo de décadas, seguem entre os mais ouvidos do País – a trajetória de Roberto Carlos acumula dezenas de milhões de discos vendidos – e, atualmente, equivalentes milhões de plays nos serviços de streaming.

A onipresença na televisão desde os anos 1960, os clássicos que marcaram gerações, os trunfos artísticos e os dramas pessoais, a figura pública reservada, a religiosidade, as brigas na Justiça – todos esses fatos são vistos em profundidade no livro, assim como a personalidade sistemática e a carreira indefectivelmente arquitetada, além das afeições e agitações com Tim Maia, Erasmo Carlos e o vivaz Carlos Imperial.

Acompanhe a conversa que o autor teve com a PB.

“É evidente que sempre pensei numa biografia, um livro, sobre ele. Mas quando fui a Jerusalém cobrir o show dele, vi que tinha ali uma grande história, além de um grande artista, sedutor de multidões.”

O seu livro mostra como Roberto Carlos tem uma história de vida muito intensa e de superações. Isso explica a sensibilidade artística do artista para expressar as emoções que conectam as pessoas?

Tenho a impressão de que as explicações todas podem ser contestadas com outro ponto de vista, porque ele é um cara muito complexo e de uma trajetória muito longeva. Por exemplo, é difícil fazer uma relação de efeito e causa entre a primeira fase da carreira dele e a atual, em que ele é milionário, mora na Urca e tem 30 carros e um iate… E um apartamento em Los Angeles… Essas coisas. Conforme a gente muda na vida, mudam também as motivações. O que me impressiona no Roberto é o fato de que ele nunca se distanciou das origens. Ele continua sendo aquele rapaz do povo, originário das classes menos favorecidas da população brasileira, muito pobre, que não tinha onde morar no começo da vida. Ao longo da carreira, ele nunca se distanciou dessa origem. Isto é um fato.

Essa sempre foi e continua sendo a fonte inspiradora dele?

Você vê outros artistas que têm uma trajetória parecida, mas, conforme vão crescendo rumo ao topo, fazem outras relações, com outras classes sociais… O Roberto, não. Por exemplo, os parceiros. Primeiro, que o parceiro dele fundamental é o Erasmo Carlos, e todas as canções em parceria que ele fez na vida, exceto quatro, são com o Erasmo. E o Erasmo é a própria essência do rapaz do subúrbio carioca. Ele morava numa pensão com a mãe. Então, isso dá ao Roberto esta compreensão, talvez, maior deste universo, porque ele vive nele, ele nunca se afastou. Quando todos nós, críticos da imprensa burguesa, torcemos o nariz para a música sertaneja, para o funk, todas as expressões mais populares, o Roberto, não; ele abraça. Isso, nele, não é forjado. É um interesse genuíno pelas expressões que vêm da alma do povo. O que, de certa forma, é transferido para a música dele.

No começo, lá nos anos 1960, entre as parcerias, quais foram as maiores?

Helena dos Santos. Gosto de falar da Helena, que foi parceira dele até morrer. Ela era uma empregada doméstica negra. Tanto é que, quando ela fez música para ele, as primeiras canções, ele adorou as músicas, mas depois não sabia onde encontrá-la, porque o endereço dela era impreciso, lá naqueles morros do Rio de Janeiro. E Helena dos Santos foi procurar por ele com a cara e a coragem. Ela escrevia umas músicas e foi atrás dele numa rádio. Ele olhou e falou: “É isso mesmo que eu quero”. Qual outro artista desceria do pedestal para poder observar coisas assim? Getúlio Côrtes, que era carregador de instrumentos do Renato e Seus Blue Caps, também se tornou parceiro dele. Daí tem o Nenel, outro cara de origem pobre, do Rio de Janeiro… E o próprio Erasmo, um lúmpen [de lumpemproletariado, população situada socialmente abaixo do proletariado]. É outro cara que não mudou. Refinou-se um pouco, mas não abandonou o ideário dele, de rock’n’roll das ruas, roqueiro de periferia.

Roberto Carlos é um caso daqueles artistas que já nascem prontos, ou que precisou passar por um processo de amadurecimento?

Acho que foi uma construção, porque embora cantasse, a obsessão dele em se tornar um astro veio desde menino. Ele falava: “Vou ser um astro. Se tiver de trabalhar em banco para isso, eu trabalho, mas serei um astro”. Ele nunca se desviou disso. E, ao mesmo tempo, foi escolhendo os caminhos, cuidadosamente, por onde poderia alcançar isso. Fez algumas tentativas frustradas, a bossa-nova foi uma delas. Tentou ser um pouco também como Celly Campello, a uma certa altura, com umas canções de facilidade circunstancial; mas, ao mesmo tempo, se preparou, não foi um cara que nasceu pronto. Ele estudou quatro anos de piano.

Além de construção e estudo, ele se beneficiou muito de uma incomum sensibilidade para perceber o espírito do tempo…

Ele conta com um talento para reconhecer os grandes artistas que tem em volta. Ele tem uma aguda percepção do que está em voga no mundo e de como pode usar aquilo em seu favor. Isso é um talento e uma habilidade. Isso está no livro, e acho que é uma revelação, porque ninguém aborda de forma mais factual: quando ele começou a viajar para o exterior, especialmente para os Estados Unidos, passou a frequentar o Apollo Theater, no Harlem, lendário por causa de James Brown, antes da virada dos anos 1960 para 1970, quando estava acontecendo a grande revolução da black music americana. Ele obrigou a banda a ir junto até lá, quando foi se apresentar em Nova York, em 1969-1970. Ele ia lá para ver o que estava acontecendo em matéria de black music – e trouxe para a sua música, que ficou transformada. Tim Maia teve influência nisso também, é preciso que se diga. Tim havia morado nos Estados Unidos e voltou com estas ideias, mas Roberto também tinha as mesmas ideias, simultaneamente.

Ele tem um radar apurado para o que pode renovar a própria música dele e, ao mesmo tempo, é um grande inventor.

Se pensar bem, “Quero que vá tudo pro inferno” é uma música muito simbólica dele. É muito forte, influente, revolucionária, eu diria. É de 1965. Se você ouve aquilo, pô, o cara que fez aquilo deixou a marca dele não só numa época, mas em todas a partir de então. E, evidentemente, Erasmo tem participação nisso. Erasmo está ao lado dele em todas as revoluções. “Splish splash”, por exemplo, é uma versão do Erasmo. Ele que ouviu no rádio e falou: “Roberto, aqui é o caminho”. A partir dali, dá-se o voo dele. Tenho a impressão de que no livro consta uma coisa que não vi em outros: a relação dele com as bandas da época. As bandas são meio que colocadas em segundo plano, digamos assim, dentro da narrativa, mas elas foram importantíssimas. Roberto soube trazer todos os grupos que estavam em gestação ou pleiteando um lugar ao sol para perto de si. Ele acionou o rock’n’roll, o “iê-iê-iê”, como chamavam.

Antes de Roberto fazer isso, o que estava em voga na música jovem?

Eles não tinham repertório, tocavam as músicas dos outros, gringas. Antes de ele fazer isso, estava rolando Sérgio Murilo e Carlos Gonzaga. Se você ouvir os dois, eles são praticamente “orlandos silvas do rock”. Eles não tinham ponto de ruptura, faziam aquilo que já estava sendo feito. Não que não tivessem talento, mas Roberto não fez isso, ele criou uma música autoral. Estou falando do começo dos anos 1960, 1962-63. Antes dos Beatles, se você pensar. Porque, na verdade, ele já vinha fazendo esta transição a partir de 1958. Ele abriu show de Bill Haley no Rio de Janeiro.

Quais foram as situações que conduziram você a querer perfilar Roberto Carlos numa biografia?

É evidente que sempre pensei numa biografia, um livro, sobre ele. Entretanto, quando fui a Jerusalém cobrir o show dele, vi que tinha ali uma grande história, além de um grande artista, sedutor de multidões. Uma história que vinha acompanhando desde 1986. As dificuldades básicas eram, primeiro, que Roberto é muito evasivo, ele não gosta muito de se aprofundar nas coisas. Acho que foi o primeiro cara do País que teve media training, porque um cara que tem a riqueza do percurso dele… Sei lá, ele foi visitar Caetano Veloso no exílio e nunca fala a respeito. Nunca fala sobre fatos importantes da vida dele. Ele foi entrevistado por Carlos Lacerda… Aí, depois, teve a questão com o Paulo Cesar de Araújo, que fez com que eu pensasse: “Pô, que desperdício, Paulo Cesar ficou 15 anos pesquisando”. E como eu cobri muito a história do Paulo Cesar, conversava com ele, sabia dos meandros jurídicos de como aquilo ia terminar, conversei muito com os advogados do Roberto também; eu sabia que havia uma batalha épica ali. Então, quando vi que aquilo tudo assentou, pensei: “Roberto não pode sair de cena, aposentar-se, sei lá, sem ter a sua história contada”. Isso seria uma sonegação brutal de informação para o brasileiro.

Essa história do “iê-iê-iê” é um tanto curiosa, mas sempre contada de um jeito meio folclórico. Você concorda?

É porque, como as pessoas não se interessam mais – ou ouvem como se fosse algo temporâneo –, não é contada direito. Embora existam livros sobre a cena, mas sempre com uma perspectiva muito de fanzine, não é um prisma historiográfico, ninguém procura entender como aquilo entrou no nosso DNA. Então, fiz este esforço: apresentar o Roberto sem nenhum tipo de pretensão de esgotar o tema, porque é muito amplo, mas em sua integridade, desde o nascimento até os dias de hoje e os percalços dele em relação às excentricidades atuais.

Antes de começar a compor a biografia, você deu mais uma olhada no livro do Paulo Cesar de Araújo – Roberto Carlos em detalhes (Editora Planeta), famoso por ter sido recolhido das lojas?

Vou ser bem sincero: procurei nem pegar no livro dele. Porque li o livro dele mais de uma vez, aliás, por causa de matérias e coisas que tinha que fazer. Em relação ao Roberto, a obra é uma referência, mas sabia que a perspectiva dele não poderia ser a minha, porque a visão dele é diferente mesmo, ele foi pioneiro e tem algumas ideias que são próprias dele, que têm a ver com as conclusões às quais ele já chegou, inclusive fazendo livros anteriores, como Eu não sou cachorro, não: música popular cafona e ditadura militar. Então, o que fiz foi, justamente, tentar produzir algo que tivesse a minha experiência e a minha cara. Agora, é evidente que há fatos que precisem confrontar. Alguns livros saíram depois daquele do Paulo Cesar, que complementam a apuração dele. E outra coisa: o livro dele vai até 2006. Depois disso, tem muitos novos fatos, mortes de família, processos, manifestações do Roberto em relação a algumas coisas de política, tem muita coisa, é um período de 15 anos. A biografia de alguém vivo tem esta possibilidade de que a pessoa possa fazer algo em seguida que motive alguma atualização. No caso do Paulo Cesar, ele fez o esqueleto básico mesmo do que foi a carreira do Roberto. Eu procurei ir em direção de explicações, de motivações. Fiz um percurso que tem a ver com a minha própria vontade de saber.

Uma coisa que foi um toque de mestre do seu livro é você ter buscado a história das irmãs Volpato, as primeiras fãs dele, aos nove anos de idade.

É fantástico, aquelas fãs eu achei; é uma coisa exclusiva. Fui eu que encontrei elas. Quando fui a Cachoeiro pela primeira vez, ele fez 50 anos de carreira e apresentou um show lá na cidade. Fui cobrir, fiquei lá mais de uma semana. Foi quando encontrei as primeiras fãs. Uma já morreu, a outra está viva e é a quem o livro é dedicado. Isso é uma coisa que ajuda a ter uma dimensão mais humana do cara, porque acho que o Roberto, coitado… Quer dizer, coitado, não… [risos]… Pobre menino rico [risos]… Ele é tratado sempre como uma commodity, um cara que produz dinheiro. A imprensa, os fãs e a própria gravadora acham que ele é o midas, pedem coisas para ele, ajuda para curar os filhos, sei lá, coisas assim… Ele é visto como uma espécie de semideus. E acho que mostrar isto, duas meninas saindo da zona rural para ver um menino pobre cantar numa rádio local, ajuda as pessoas a entender o percurso.

Por que acha que Roberto é tão avesso à documentação da própria história, a dar entrevistas?

Roberto se acostumou a ser muito assediado. Acho que ele foi uma das primeiras grandes vítimas das fake news no Brasil, as pessoas noticiavam nos jornais que ele tinha morrido, que ele tinha traído a mulher… E aí o cara desenvolveu meio que uma aversão por esta coisa da devassa à intimidade dele. Contudo, acho que aí tem uma confusão, porque tem uma história que pertence a ele e uma história que pertence ao público, a todo o mundo, porque, é como disse Marcelino Freire: “Nós é que devíamos processar Roberto Carlos” [risos]. Porque ele se apossou da nossa sentimentalidade, das nossas expectativas, emoções. Na verdade, ele é um cara que tem esta percepção muito aguçada do sentimento do brasileiro. Costumo dizer que Roberto, entre outros personagens da história do Brasil, obrigou o brasileiro a encarar si mesmo. Ele é o brasileiro, uma representação muito viva até nas contradições sentimentais, na questão religiosa.

Verdade, a coisa do espiritismo conjugado ao catolicismo…

Ele tem também um componente de respeito a mitos da afroreligiosidade. É um sincretismo típico do brasileiro. Digo isso porque o brasileiro preferiria eleger algo que não fosse a própria cara. Ele tende a entender alguém que ache que é o seu patrão, seu ideal de galã, um Collor, assim. Collor representa muito isso. Tudo o que o brasileiro não é, mas tende a se fixar. E Roberto, não. Ele é o brasileiro. Mesmo quando comete os deslizes políticos [risos], também representa o brasileiro.

Um crítico escreveu no The New York Times que Roberto Carlos era “o Frank Sinatra brasileiro”. Você acha que isso tem a ver?

Saiba mais em: “Roberto Carlos: por isso essa voz tamanha.”, de Jotabê Medeiros, Editora Todavia

Tem a ver pelo lado de que ele se aproveitou, digamos, da tecnologia do show de cassino. Ele abrasileirou também isso, trouxe o grande showbiz para cá, porque não podia mais fazer show para pouca gente. Quanto chega 1969-1970, o show dele é para encher o Canecão. O show de um cara que vende 2 milhões de discos tem de ser um espetáculo, e, aí, você tem que produzir este espetáculo – e, na época, não existia, ninguém fazia shows nestas dimensões no Brasil. Ele foi o primeiro. Neste aspecto, ele é muito parecido com o nosso outro Rei, o Pelé, que também obrigou o brasileiro a encarar si mesmo. Pelé, primeiro astro negro brasileiro. Antes dele, era só branco. É o nosso outro Rei, de mesma origem, das camadas mais desfavorecidas.

Como tem sido a repercussão do livro até o momento?

As reações têm sido muito boas, de fãs, crítica… O único “senão” pode vir dele, né?! Não sei se ele já pegou para ler, o que ele vai dizer, o que pode apontar…

Ele já deve estar acompanhando o “zunzum” do lançamento.

Ele já sabe, eu mesmo o comuniquei com quatro meses de antecedência do livro ficar pronto. Vai depender muito da reação dele. Não quero que aprove; quero, sinceramente, com esperança, que aponte versões pessoais diferentes, porque aí eu terei o prazer de fazer uma segunda edição com a versão dele para alguns fatos. Mas nada de pedir autorização, não quero que ele autorize, meu trabalho não é esse.

Todo mundo remonta ao fato de Roberto ter processado Paulo Cesar, mas tem uma história muito boa que você puxou na bio, do livro do secretário dele, que também foi recolhido. Como foi isso?

Em 1979, Roberto processou o ex-mordomo dele, Nichollas Mariano, que escreveu um livro de memórias, O Rei e eu: minha vida com Roberto Carlos, chamava-se. Esse livro foi recolhido das livrarias e queimado no crematório da Vila Alpina. A história havia ficado muito no passado, não foi muito falada, ninguém se lembrava dela. Mesmo quando Paulo Cesar foi processado, ninguém lembrava que Roberto já havia processado alguém anteriormente pela mesma razão. Às vezes, saía alguma linha mencionando, apenas. Fui atrás da história, não achei o mordomo, mas achei o editor da obra, que vivia em Campinas. E entrevistei ele longamente. Alguns anos depois, ele morreu, então aquele depoimento que me deu, o Roberto Goldkorn, e que é utilizado no livro, virou um documento histórico. Ele contou de como sofreu para tentar se reerguer depois, porque a editora dele faliu, foi arrasada.

Você aprecia todas as fases do Roberto Carlos?

Acho que ele foi bom em todas as fases. Até na bossa-nova tem músicas muito boas, no disco de 1961. Era muito interessante. Roberto tem razão em não o estimar, não é um “discaço”, mas tem boas bossas. Já os discos dele da fase “moteleira”, de motel, que têm “Cavalgada”, “Café da manhã”, foram execrados pela crítica em sua época por causa do conteúdo erótico, e acho que são discos maravilhosos. Esses discos merecem ser ouvidos de novo por causa dessas canções. Dei uma entrevista à GloboNews em que a moça me perguntou assim: “Diga uma frase do Roberto Carlos que foi marcante para você”. Respondi assim: “O sabonete que te alisa embaixo do chuveiro. A toalha que desliza no teu corpo inteiro” [risos]. Ela ficou me olhando com os olhos esbugalhados, talvez achando que eu estivesse zoando ao vivo, mas aí expliquei: “Esta é uma música da fase erótica dele, ‘Cama e mesa’ ”.

[Risos] E se fosse para citar uma canção mais cult, qual seria?

Acho que poderia ser: “Eu vou sem saber pra onde nem quando vou parar. Não, não deixo marcas no caminho pra não saber voltar”. Isso é beatnik de 1970.

Eduardo Ribeiro Domínio público / Acervo Arquivo Nacional
Eduardo Ribeiro Domínio público / Acervo Arquivo Nacional
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