A Revista Problemas Brasileiros (PB) é uma publicação singular. Com mais de 60 anos de história, mantém-se fiel ao propósito da sua criação: estimular o necessário debate à superação de mazelas seculares e contrastes que fazem do Brasil um dos países mais desiguais do mundo.
Uma realização da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a PB seguiu trajetória única enquanto uma publicação de entidade de classe. Isso aconteceu porque não se restringiu a discussões político-econômicas. As causas do atraso estrutural do País foram (e continuam sendo) observadas de maneira holística, em áreas como Educação, Trabalho, Gestão Pública, Meio Ambiente, Infraestrutura, Saúde e Cultura, ouvindo especialistas sem deixar de retratar os anônimos que constroem a história brasileira de todos os dias.
A Revista se distingue pelo público leitor — constituído majoritariamente por empreendedores, acadêmicos e estudantes — e por suas parcerias com universidades e organizações do terceiro setor, destinadas a dar voz aos mais amplos setores da sociedade. Hoje, novos rumos da atividade empresarial, influenciada pelas práticas ESG — sigla em inglês que significa Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e de Governança) —, são enfatizados de forma perene. Mobilizar o empresariado e a sociedade em torno dessa agenda significa que a PB, além de informar, contribui para a qualificação do debate. Para a Entidade, o futuro do capitalismo, no século 21, está indissoluvelmente ligado à capacidade de empresas e governos promoverem avanços socioambientais.
HISTÓRIA
A primeira edição da PB circulou em abril de 1963, quando o mundo respirava a atmosfera rarefeita da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética. Por aqui, assustadas com o que consideraram atitudes extremistas do então presidente João Goulart, entidades empresariais passaram à oposição. Embora discordasse das chamadas reformas de base propostas pelo governo, a FecomercioSP reconhecia a existência de graves questões sociais e econômicas herdadas desde o tempo colonial, que deveriam ser debatidas de forma ampla e democrática por meio de uma publicação destinada a esse fim.
Durante os Anos de Chumbo, quando os empresários já haviam se desiludido quanto à ditadura militar instalada em 1964, uma matéria publicada com o título “Totalitarismo político” e um comunicado à imprensa emitido pela Entidade (classificando o regime como “espúrio”) resultaram na suspensão temporária da Revista. Mantida durante meio século pelo patrocínio do Sesc e do Senac de São Paulo, a PB divulgou os debates das reuniões do Conselho de Economia, Sociologia e Política da Entidade. Estiveram no conselho (e nos encartes publicados) alguns dos principais ministros do período: Delfim Netto e Luiz Carlos Bresser-Pereira, da Fazenda; Cristovam Buarque e Renato Janine Ribeiro, da Educação; Adib Jatene, da Saúde; e José Goldemberg, da Ciência e Tecnologia e do Meio Ambiente.
RECONHECIMENTO
Atualmente, a publicação é veiculada em edições bimestrais impressas com distribuição dirigida, além de conteúdos exclusivos disponíveis em canais digitais: site, podcast, vídeos e mídias sociais. Esse conjunto de ações de reposicionamento editorial, empreendidas desde 2016, proporcionou à PB o Prêmio Aberje 2019, da Associação Brasileira de Jornalismo Empresarial, na categoria Mídia Impressa.
Para celebrar 60 anos, a Revista transformou a edição #475 (junho/junho de 2023) em publicação comemorativa com o desafio de resgatar e analisar as grandes questões nacionais ao longo dessas seis décadas. A proposta editorial foi oferecer uma visão crítica e abrangente das transformações socioeconômicas do Brasil, destacando temas como desigualdade social, educação, economia e sustentabilidade.
A edição especial, de 116 páginas, conquistou o bronze no Prêmio Lusófonos da Criatividade, em Portugal, na categoria Problemas Sociais. A premiação, que acontece há dez anos, reconhece trabalhos de comunicação e publicidade dos países de língua portuguesa.
VISÃO DE BRASIL
Livre de alinhamentos automáticos de qualquer natureza, a Revista se mantém aberta à diversidade para analisar as transformações que moldam e influenciam o País. A sua linha editorial contempla a ideia de que o Brasil precisa crescer mantendo e ampliando as conquistas democráticas, com distribuição de renda, além de incorporar a dimensão das sustentabilidade socioambiental à sua cultura de desenvolvimento e se transformar em uma potência fundamentada no respeito aos recursos naturais e aos direitos dos indivíduos — afinal, o País tem vantagens comparativas para competir na economia do século 21 de forma sustentável e inclusiva.
A FecomercioSP acredita que a informação aprofundada seja um instrumento fundamental de qualificação do debate público sobre assuntos importantes não só para a classe empresarial, mas para toda a sociedade. É nesse sentido que a entidade publica a Revista Problemas Brasileiros.