Moda que Transforma

22 de outubro de 2021

O programa Moda que Transforma, da Riachuelo, é a materialização da responsabilidade da marca perante a sociedade e o meio ambiente, e engloba todas as iniciativas a caminho de uma moda mais sustentável, justa e diversa. A plataforma tem a missão de garantir e cumprir as diretrizes de sustentabilidade adotadas pela companhia.

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Nos últimos anos, com o crescente destaque que as práticas alinhadas ao conceito de ESG (Ambiental, Social e Governança, na tradução para o português) vêm ganhando no setor produtivo, modelos implementados por grandes empresas despontam como referência. No caso da Riachuelo, uma das maiores varejistas da moda brasileira, por meio da iniciativa Moda que Transforma, a marca não só apresenta soluções criativas para a gestão de resíduos e desperdícios na cadeia como busca a equidade de gênero e garante respeito aos direitos humanos dos trabalhadores. São propostas que mostram como é possível causar menos impacto ao meio ambiente e, ao mesmo tempo, prezar pela responsabilidade social.

Em seu processo têxtil, a plataforma engloba ações para mitigar os impactos ambientais dos métodos convencionais das confecções da indústria, principalmente o jeans. A marca possui o maior parque fabril da América Latina, considerando suas fábricas em Natal e Fortaleza. A fábrica de Fortaleza, desde 2019, concentra toda a produção de jeans 100% mais sustentável, com energia totalmente renovável, menor consumo de água e químicos nos processos, além de algodão e fibras têxteis mais sustentáveis. Há uma redução de até 90% no consumo de água em relação aos processos convencionais e uma redução de até 85% na utilização de químicos.

“Sabemos como a produção de jeans é ambientalmente impactante. Mas adotamos tecnologias inovadoras para essa produção. Em Fortaleza, 70% da água é reutilizada em diferentes áreas da fábrica: 5% são destinados aos sanitários, 10%, aos jardins e 55%, novamente à lavanderia industrial”, explica Valesca Magalhães, gerente de Sustentabilidade da Riachuelo. “No quesito energia, em 2020, 48% do nosso consumo total de energia foi proveniente de fontes renováveis, por meio da aquisição de energia de fontes limpas. A fábrica de Fortaleza já utiliza 100% de energia renovável.”

Com uma tecnologia têxtil de ponta, o jeans específico da linha Smart conta com processos que complementam e dão maior valor à vida útil das peças, principalmente quando o assunto é mitigar o impacto ambiental. Algumas das tecnologias implementadas nesse produto são: ozônio, que permite a desengomagem, a limpeza e o clareamento das peças sem utilização de água e químicos; laser, que dá o toque de customização de estilo e reproduz efeitos manuais de desgaste do jeans, além de eliminar a utilização de químicos e trabalhos manuais que poderiam ocorrer neste processo também; enzimagem por nebulização, que consiste em um processo biodegradável, dando aspecto de peça usada, desgastada e amaciamento. Além disso, dá o encolhimento necessário para a peça, assim como o bleeding do excesso de índigo na fibra com a mínima utilização de água – apenas 100 ml por peça.

“Sabemos como a produção de jeans é ambientalmente impactante. Mas adotamos tecnologias inovadoras para essa produção. Em Fortaleza, 70% da água é reutilizada em diferentes áreas da fábrica: 5% são destinados aos sanitários, 10%, aos jardins e 55%, novamente à lavanderia industrial.” Valesca Magalhães, gerente de Sustentabilidade da Riachuelo

A fábrica de Fortaleza dedica atualmente 25% do total produzido à linha Smart, e vem aumentando gradualmente. Os outros 75% correspondem a todo processo mais sustentável do Moda que Transforma. Além disso, o programa reforça as raízes dos projetos da equipe de sustentabilidade, e as peças incluem a etiqueta do programa. “Trata-se de uma etiqueta especial para identificação das peças mais sustentáveis, de modo que os clientes, que estão cada vez mais ligados ao consumo consciente, possam fazer suas escolhas de compra de acordo com seus princípios.”

Valesca detalha que a gigante da moda não adere ao conceito de “produtos 100% sustentáveis” porque, segundo ela, todo produto gera, em maior ou menor grau, um tipo de impacto. “Se a fibra ou o processo fabril são mais sustentáveis, haverá ainda a logística envolvida nesse produto que talvez não permita dizer que ele é 100% sustentável, por exemplo”, esclarece. “Acreditamos e trabalhamos para fabricar produtos aos nossos clientes que sejam cada vez mais sustentáveis ou menos impactantes. Seja por meio de matérias-primas mais sustentáveis, seja por processos mais limpos, seja por respeito aos direitos humanos nas cadeias de fornecimento.”

A gerente de sustentabilidade acredita que o jeans terá uma pegada mais sustentável quando for possível contemplar todos esses aspectos. “Para se ter ideia”, ilustra ela, “uma lavanderia convencional usa, em média, 40 a 70 litros de água por peça. Aqui, conseguimos utilizar apenas três litros. Uma moda mais sustentável é possível.”

TRANSFORMANDO VIDAS

Na Riachuelo, o cuidado com o meio ambiente se soma ao cuidado com as pessoas – o “S” [da sigla ESG]. Os fornecedores são certificados pela ABTEX (Associação Brasileira do Varejo Têxtil) e passam por auditorias periódicas da companhia, para garantir boas práticas e o respeito aos direitos humanos dos trabalhadores. “Não compactuamos com qualquer tipo de exploração. Contamos com um programa de auditorias sociais responsável por monitorar as condições de trabalho em nossos fornecedores e, no Brasil, temos um time de auditores dedicados a auditar e acompanhar a cadeia de fornecimento e coibir práticas ilegais”, esclarece Valesca.

Desde 2017, a varejista apoia o Instituto Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo (InPACTO), organização não governamental que tem como missão promover a prevenção e a erradicação do trabalho escravo na cadeia produtiva. A empresa também segue no aplicativo Moda Livre, que monitora a indústria têxtil e de vestuário, sendo uma das marcas mais bem colocadas no ranking de responsabilidade.

QUEM FAZ A MINHA ROUPA?

Presente há três anos no Índice de Transparência Moda Brasil do Fashion Revolution, em parceria com o FGVces (Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas), em 2019, a marca lançou a websérie “Entre Costuras”, para valorizar e contar histórias das pessoas por trás de cada peça criada na empresa. Valesca evidencia o compromisso com a transparência na cadeia produtiva: “O nosso objetivo vai além da prestação de contas em relação aos impactos socioambientais, queremos incentivar e gerar consciência por meio de histórias inspiradoras. Temos um compromisso sério com a transparência na cadeia produtiva.”

O olhar humano da companhia também traz o viés de diversidade, por meio da soma das vozes dentro da própria empresa, de forma transversal e não hierárquica. “Acreditamos que o modelo de gestão influencia também as ações propostas pela empresa no quesito humano. Nossas pesquisas apontam que 93% dos colaboradores estão satisfeitos com o trabalho que realizamos para incluir e trazer diversidade, mas estamos em um processo contínuo de evolução. Para isso, criamos quatro grupos de trabalho: Raça, Gênero, LGBTQI+ e PCD, formados por colaboradores das mais diversas unidades de negócio e de distintos níveis hierárquicos, para debater sobre os temas e propor planos de ação para que a companhia consiga exercer cada vez mais o seu papel transformador,” declara Marcella Kanner, head de Comunicação Corporativa da empresa.

“O nosso objetivo vai além da prestação de contas em relação aos impactos socioambientais, queremos incentivar e gerar consciência por meio de histórias inspiradoras. Temos um compromisso sério com a transparência na cadeia produtiva.” Valesca Magalhães, gerente de Sustentabilidade da Riachuelo

PRÓ-SERTÃO

Com a certeza de que a indústria têxtil tem enorme potencial de promover o desenvolvimento socioeconômico do interior do Rio Grande do Norte, região prejudicada e devastada pela seca, a Riachuelo aderiu ao programa Pró-Sertão, criado em 2013 pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado em parceria com a Federação das Indústrias (FIERN) e o SEBRAE/RN. O Pró-Sertão conta com mais de 60 fábricas de costura terceirizadas que atendem a demandas de costura de 15 marcas. O programa já gerou cerca de cinco mil empregos diretos, que beneficiam indiretamente cerca de 50 mil pessoas. Desse total, 90% tiveram suas carteiras de trabalho assinadas pela primeira vez.

ECONOMIA CIRCULAR

Preocupada também com o destino das peças que saem das araras e prateleiras, a Riachuelo firmou uma parceria com a Liga Solidária, dando novos rumos para peças de roupas que devem beneficiar aproximadamente 13 mil crianças, jovens, adultos e idosos em situação de alta vulnerabilidade social, assistidos pela entidade sem fins lucrativos. “Um dos desafios da indústria têxtil é garantir a sustentabilidade do início ao fim, assim, firmamos a parceria e colocamos coletores em 96 lojas na cidade de São Paulo e no interior do Estado (lista completa no site). Nosso objetivo é ampliar a quantidade de coletores para demais regiões do País ainda em 2021”, finaliza Valesca.

Para conhecer e acompanhar todas as ações do Moda que Transforma, clique aqui.

Eduardo Ribeiro Paula Seco
Eduardo Ribeiro Paula Seco