IA: aliada do pequeno negócio

20 de julho de 2023

Um exemplo de inovação tecnológica que pode ser usada também pelas pequenas empresas é a computação em nuvem, que permite acessar recursos computacionais de alta qualidade sem precisar investir em infraestrutura física.

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A Inteligência Artificial (IA) está transformando o mundo dos negócios e contribuindo para tornar os processos mais eficientes. Acompanhar as novidades tecnológicas se tornou fundamental para garantir a sobrevivência da empresa, independentemente do porte. Softwares de gestão, por exemplo, podem automatizar tarefas repetitivas, reduzindo erros, poupando tempo e aumentando a produtividade da equipe. Além disso, a inovação tecnológica proporciona acesso a novos mercados. Pela internet, empreendedores podem expandir negócios e alcançar clientes e colaboradores em diferentes regiões. Outro benefício da tecnologia é garantir a personalização da jornada de compra para o consumidor. Ao utilizar dados de consumo e comportamentos, a tecnologia pode ser mais assertiva ao recomendar produtos relevantes, com oferta de promoções personalizadas e fornecimento de suporte. “A IA pode ajudar na personalização da experiência do cliente ao reconhecer o padrão de comportamento. Por meio de algoritmos, é possível identificar a navegação do consumidor e fazer ajustes do conteúdo apresentado”, considera Cesar Ossamu Anno Filho, consultor de Marketing do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP). Além disso, os chatbots facilitam a comunicação do consumidor com a empresa.

“A IA é capaz de processar grandes volumes de dados em tempo real, o que nos permite entender melhor o comportamento dos clientes e analisar o seu histórico de compras, além das preferências e das interações nas redes sociais. Essas informações são cruciais para segmentar os consumidores em grupos com características similares e oferecer recomendações personalizadas, que, de fato, agregam valor e estão sintonizadas com as jornadas de compra”, afirma Lucas Colette, CEO e fundador da empresa de tecnologia Yampi.

Por isso, o recurso desempenha um papel estratégico na previsão de demanda. Ao analisar dados históricos de vendas, sazonalidade e comportamento de mercado, a IA pode prever como será a procura por determinados produtos e serviços em médio e longo prazos. Essa previsão permite gerenciar estoques de forma mais eficiente, evitando excesso ou escassez. Além disso, é possível que os lojistas se preparem melhor para atender às necessidades dos clientes, identificando quais produtos têm mais probabilidade de serem vendidos e garantindo que estejam disponíveis. Outro ponto crucial, no caso do comércio eletrônico, é que as inteligências artificiais permitem criar experiências únicas para cada comprador, desde o momento em que acessam uma loja virtual até a conclusão da compra.

Um exemplo de inovação tecnológica que pode ser usada por pequenas empresas é a computação em nuvem, que possibilita o acesso a recursos computacionais de alta qualidade sem precisar investir em infraestrutura física. Além disso, as estratégias de marketing digital oferecem oportunidades valiosas para Pequena e Médias Empresas (PMEs) alcançarem o público-alvo de forma eficaz e econômica. Isso inclui o uso de mídias sociais, marketing por e-mail, otimização de mecanismos de busca (SEO) e publicidade online. Essas ferramentas ajudam a aumentar a visibilidade da empresa, atrair clientes e promover produtos.

Anno Filho destaca que existem dois tipos de inovação: a disruptiva e a incremental. Enquanto a primeira é um processo em que uma tecnologia, um produto ou serviço é transformado ou substituído por uma solução inovadora superior, a segunda é a melhoria de algo que já existe. “É bem provável que as pequenas e médias empresas consigam trabalhar nesse ambiente. Trazer algo que não existe para dentro da sua empresa, da sua cidade, do seu Estado ou do seu país também é considerado um tipo de inovação”, afirma o representante do Sebrae-SP.

“A Inteligência Artificial pode ajudar na personalização de experiência do cliente ao reconhecer o padrão de comportamento. Por meio de algoritmos, é possível identificar a navegação do consumidor e fazer ajustes do conteúdo apresentado.” Cesar Ossamu Anno Filho, consultor de Marketing do Sebrae-SP

Regulamentação

Ao mesmo tempo que a IA avança no mercado brasileiro, é fundamental que haja uma regulamentação do uso dessa nova tecnologia. A ideia é tornar o ambiente mais seguro, mas sem amarras. Nesse sentido, em junho, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) se reuniu com o senador Eduardo Gomes (PL/TO), porta-voz do debate sobre a tecnologia no Congresso, para avaliar, em conjunto, as necessidades e contribuições do setor produtivo na construção do marco regulatório da IA no Brasil. Durante a reunião, o setor recebeu ainda as dúvidas e inseguranças que pairam sobre os setores de comércio e serviços quanto à regulamentação da ferramenta.

A Federação defende há anos que uma legislação específica precisa ser clara e segura em razão do potencial revolucionário e transformador que a IA terá sobre todos os setores da economia. Por outro lado, ressalta que essa lei não pode criar amarras e freios às enormes possibilidades de negócios que estão surgindo.

O Conselho de Economia Digital e Inovação da FecomercioSP consolidou as prioridades do ecossistema digital e as demandas empresariais e organizou uma agenda prioritária para o Executivo e o Legislativo. O documento traz um conjunto de propostas para a transformação digital brasileira, chamando a atenção para dez princípios que devem envolver o processo de regulamentação.

Andriei Gutierrez, coordenador do conselho, considera fundamental que “o framework legislativo seja flexível o suficiente para que a lei, independentemente do avanço futuro da tecnologia, proteja direitos fundamentais, traga segurança jurídica para cidadãos e organizações e garanta a inovação e a competitividade brasileira”. 

Gilmara Santos Maria Fernanda Gama
Gilmara Santos Maria Fernanda Gama
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