Futuro sem garantia

01 de julho de 2025

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Não é de hoje que a busca pelo equilíbrio das contas da Previdência Social desafia governos e especialistas. No entanto, novos fatores se tornam cada vez mais impactantes. O envelhecimento da população eleva o contingente daqueles que recebem benefícios, enquanto a redução da natalidade diminui a quantidade daqueles que contribuem para o sistema. Há, ainda, transformações no mundo do trabalho que levam à informalidade milhões de trabalhadores, reduzindo ainda mais o número de contribuintes. 

Sem novas soluções, tal cenário põe em xeque a proteção social no presente e a renda futura da maioria dos brasileiros, como aborda a reportagem de capa, “O amanhã ameaçado”, da nova edição da Revista Problemas Brasileiros (jul/ago).

Outra problemática da atualidade retratada neste número é a extensão dos negócios do crime organizado. À medida que as fronteiras entre legal e ilegal se confundem, organizações criminosas avançam por novos mercados, inclusive lícitos — de combustíveis a ouro —, usando estratégias como evasão fiscal e falsificação de notas fiscais para “limpar” os lucros das mais diversas atividades. Em 2022, essa estrutura faturou, pelo menos, R$ 146 bilhões, mais do que segmentos inteiros do varejo paulista, como mostra a reportagem “Novas fronteiras do crime”.

Hora de regenerar

“Sustentar não é mais a palavra. Se quisermos continuar habitando este mundo, precisamos regenerar tudo o que degradamos ao longo do último século.” É assim que Angela Pinhati, diretora de Sustentabilidade da Natura, define os rumos da agenda climática, às vésperas de o Brasil sediar a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), em novembro, em Belém. Na opinião da executiva, o evento é uma oportunidade única para o País liderar a agenda para mitigar os efeitos do aquecimento global. Sobre o papel do varejo na transição verde, Angela aponta a coleta (e o uso) de materiais recicláveis pós-consumo como uma alternativa viável, além do olhar para os direitos humanos na cadeia de fornecedores. 

Saúde, desigualdade e história

Os mais recentes estudos sobre envelhecimento mental são unânimes em afirmar que existe uma clara relação entre pobreza e a incidência de demências, especialmente o mal de Alzheimer. A reportagem “Alzheimer e pobreza, perversa relação” mostra que a baixa escolaridade é o principal fator de risco para o declínio cognitivo, bem como que as disparidades social e de saúde são preditoras relevantes para um envelhecimento cerebral saudável na América Latina. 

Saúde mental também está presente no texto “A arte de curar mentes”, que conta como a psiquiatra Nise da Silveira — nascida há 120 anos — confrontou os modelos de tratamento da sua época e foi pioneira no Brasil no uso da arte para reabilitar pacientes com transtornos mentais. Nise declarou guerra aos manicômios e hospícios.

Sua trajetória foi forte inspiração para, em 2001, o Congresso Nacional aprovar a Lei Antimanicomial, de autoria do então deputado Paulo Delgado. E é ele, no artigo “Dra. Nise, o afeto como cura”, quem conta mais desse avanço fundamental da saúde pública brasileira. 

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REDAÇÃO PB
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