A produção de energia solar no Brasil já é maior do que a produzida pela Usina de Itaipu. O país alcançou, em março, a marca de 14,02 gigawatts (GW) de potência operacional da fonte solar fotovoltaica. Para efeitos de comparação, a Binacional Itaipu, uma das maiores usinas hidrelétricas do mundo, possui capacidade instalada de 14 GW.
Os dados são da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Os números levam em consideração a soma das usinas de grande porte e os sistemas de geração própria de energia elétrica em telhados, fachadas e pequenos terrenos. A energia solar cresce em ritmo acelerado no país e é considerada uma das principais alternativas para a substituição da matriz energética, em todo o mundo, por fontes limpas e renováveis.
No Brasil, a energia solar já responde por uma fatia superior a 2% da matriz elétrica no País. A principal fonte é a hidrelétrica, com 65% de participação na matriz, seguida por biomassa (9% de participação), eólica (9%), gás natural (9%), carvão/derivados de petróleo (3%). Os dados são da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao governo federal.
“A fonte solar ajuda a diversificar o suprimento de energia elétrica no país, reduzindo a pressão sobre os recursos hídricos e o risco de mais aumentos na conta de luz para a população”, diz Rodrigo Sauaia, CEO da Absolar.
Dados da Absolar apontam que a fonte solar foi a responsável por cerca de R$ 74,6 bilhões em novos investimentos e gerou mais de 420 mil empregos, desde 2012. Do ponto de vista ambiental, foram evitadas a emissão de 18 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.
Outra vantagem é a economia no bolso do consumidor. Segundo Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar, a economia a partir da conversão solar pode chegar a 90% na conta de energia elétrica. “Energia elétrica competitiva e limpa é fundamental para o País.”
André Flávio, diretor-executivo do setor de energia da EY, destaca o potencial da energia solar no País: “Várias indústrias ainda não migraram para esta possibilidade, o mercado residencial continua praticamente inexplorado e há muitas áreas com possibilidade de abrigarem fazendas solares”, explica o consultor.